QUEBRADOS ANÔNIMOS

Em meados de 2006, o Brasil atravessava conturbados momentos econômicos e sociais.

Nesse período, em Curitiba/PR, com o propósito de recuperar a normalidade das empresas que estavam em estado crítico extremo, devido às dificuldades de ordem fiscal, trabalhista, previdenciária e bancária, nasceu o Movimento Nacional para Recuperação das Empresas Brasileiras (MNREB).

Um grupo de voluntários, de diversas áreas e com suas expertises, buscavam aliviar as “dores” de empresários que estavam à beira de fecharem as portas.

Recordo muito bem quando um empresário revelou:

- Pena não conhecer vocês antes. Poderia ter preservado grande parte do patrimônio obtido com muito suor, sangue e lágrimas.

Particularmente, interagindo com outros profissionais, aprendi como é importante desligar o “botão” do pânico.

Todos igualmente podemos aprender a lidar com essas situações com a cautela requerida nessas ocasiões em que existem pressões inerentes às atividades empresariais.

É hora de realizar análises com lucidez e “cuca fresca”. Está todo mundo no mesmo barco, a diferença é que uns estão mais capitalizados que outros.

Ninguém será feliz numa terra de empresas falidas, gente sem trabalho e sem renda. Em um cenário assim, convulsões sociais serão inevitáveis.

Vivemos um tempo de adaptações, de renegociar valores de aluguéis, preços de serviços, de refazer orçamentos domésticos, adiar ou antecipar sonhos, de refazer o fluxo de caixa e balanços emocionais.

O “Quebrados Anônimos” ainda não existe. Na verdade, eu que insistia com a Presidente do MNREB, Regina Célia Zanchi, para esse ser o nome fantasia da organização, mas nunca consegui convencê-la. Quem sabe agora ela, ao menos, me perdoe por usá-lo aqui.

O que vivemos hoje é uma quebradeira geral, fruto da mistura de crises: política, econômica, social e sanitária (COVID-19).

O alívio fica por conta da solidariedade humana, mas precisamos de muito mais. Por isso, as políticas públicas de apoio às empresas serão cruciais para que os “quebrados anônimos” não seja a pandemia da vez.


BENEDITO JULIO DE SOUZA

Autor do livro “Criando uma Cultura Empreendedora no Brasil"

Empreendedor Social: Área de Trabalho e Renda.



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